Transportes
públicos
Entre 1996 e 2007, as deslocações de carro, em
Portugal, aumentaram de 74 para 83%, segundo a Agência Europeia do Ambiente.
Nesse período, o uso dos transportes públicos diminuiu: as viagens de autocarro
passaram de 19 para 12% e as de comboio de 8 para 5%.
Adequar o serviço às necessidades dos consumidores, em
termos de percursos, quantidade de veículos e frequência de passagem, é uma
medida eficaz para conquistar quem ainda prefere o automóvel nas deslocações
diárias. O mesmo se aplica à ligação entre diferentes tipos de transporte: é
essencial coordenar percursos, horários e local das paragens, para garantir
deslocações rápidas e confortáveis.
Consulte os operadores de transportes públicos na zona
onde mora e verifique a disponibilidade de carreiras e horários que possa
adoptar. Esta opção será mais favorável para o ambiente, quase sempre mais
económica e, em regra, mais rápida.
Automóveis
menos poluidores
Segundo o mais recente inquérito de fiabilidade
automóvel que publicámos, 62% dos portugueses indicaram fazer, com frequência,
viagens curtas ou muito curtas: no máximo, 50 km. Assim, a maioria das
deslocações de automóvel podem ser asseguradas por modelos citadinos, de
preferência com motores eléctricos ou de baixo consumo e emissões.
Ao escolher um veículo com base nas necessidades
diárias, considerando dimensão, consumo e emissões de poluentes (em regra, CO2
e partículas), em detrimento das viagens esporádicas, nas férias e alguns
fins-de-semana, está a fazer uma opção mais vantajosa em termos económicos e
ambientais.
Mas o desenvolvimento tecnológico permite escolhas
mais sustentáveis em termos ambientais. É o caso dos motores híbridos (gasolina
e eléctrico) e, em breve, dos eléctricos, com um impacto bem menor.
Reduzir
deslocações
Um planeamento adequado dos locais a visitar permite
tratar de vários assuntos numa só deslocação. Muitos dos pequenos percursos
podem ser feitos a pé: mais barato, ecológico e saudável.
Outras medidas dependem mais das empresas. Está ao
alcance destas facilitar o tele-trabalho, disponibilizar autocarros para
transportar os trabalhadores, incentivar a partilha do automóvel ou fomentar as
jornadas contínuas e os horários flexíveis, para evitar aglomerações nas horas
de ponta e atrasos frequentes.
Ordenamento das
cidades
Repensar o ordenamento das cidades e novas
urbanizações, para reduzir as grandes deslocações, é um factor essencial para
uma mobilidade mais sustentável. Uma solução passa por evitar a concentração de
actividades (residencial e empresarial) em áreas muito separadas, que obrigam a
constantes deslocações.
Quando se decide o local de zonas comerciais e de
trabalho, devem ser considerados os tipos de transporte público existentes e a
facilidade de acessos.
O aumento de áreas com ciclovias e zonas pedonais é um
convite para deixar o carro em casa, pelo menos nalgumas deslocações.
Mais parques de
estacionamento
Para a maioria dos consumidores, os meios de
transporte mais rápidos (comboio e metro) não estão perto de casa o suficiente
para que possam ir a pé e nem sempre os autocarros são uma boa solução, devido
à quantidade de paragens. O carro torna-se a alternativa. Mas este não precisa
de ir para dentro das cidades.
Os parques de estacionamento pertos das estações de
comboio e das principais ligações de transportes públicos resolvem o problema.
É imperativo que o número de parques aumente, bem como a sua capacidade, com um
preço diário convidativo. Só assim os consumidores podem usar transportes
públicos com maior frequência.
Verifique a existência e custo dos parques junto à
estação de comboio ou metro mais perto de si e experimente.
Formar
condutores
Dar mais importância à eco-condução durante a
aprendizagem, tanto nas aulas teóricas, como nas práticas e no exame, permite
formar condutores mais moderados e conscientes do impacto das deslocações em
automóvel.
O nível de poluentes não depende só do tipo e
categoria do automóvel. O modo como se conduz também influencia: acelerações
bruscas, rotações acima de 2500 rpm, manter o motor a trabalhar em paragens
mais longas, usar sempre o ar condicionado ou circular com a pressão dos pneus
desajustada, contribuem para um consumo excessivo. Um automóvel familiar,
conduzido com moderação, consome menos do que um citadino com uma condução
agressiva.
Ignorar a
publicidade
As questões da segurança tornaram-se num dos
principais argumentos de venda de automóveis. Hoje, o mesmo acontece com a
componente ambiental. A lei obriga a divulgar, nos standes e na publicidade,
informação sobre o consumo e as emissões de CO2 de cada modelo. Consulte-a
antes de decidir o carro que vai comprar. Essa informação é mais objectiva do
que certas frases publicitárias como "por um mundo melhor",
"amigo do ambiente", "eco", etc.
Automóveis a
gasóleo com filtros de partículas
Estima-se que a poluição por partículas provoque o
triplo das mortes originadas por acidentes de viação e 10 vezes mais que os
acidentes laborais. As principais fontes de partículas no ar exterior são os
motores a gasóleo da maioria dos veículos que circulam nas estradas. Um filtro
reduz até 98% as partículas emitidas. No futuro, os fabricantes serão obrigados
a incluir os filtros de partículas como equipamento de série em todos os
modelos a gasóleo, mas já se vendem muitos modelos recentes com este
dispositivo.
Como as partículas são uma ameaça à saúde pública,
convém optar pela inclusão do filtro no carro, caso escolha uma versão a
gasóleo. Para um maior sucesso desta medida, seria importante que o Imposto
Sobre Veículos ou o Imposto Único de Circulação considerassem a presença deste
equipamento.
Referências do Documento:
- DECO PROTESTE, Mobilidade e ambiente: 8 conselhos ecológicos «http://www.deco.proteste.pt/mobilidade-e-ambiente-8-conselhos-ecologicos-s609601.htm#1» - Março de 2012
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