A água, tal como o sol, é praticamente inseparável da vida na Terra. Os conhecimentos de biologia permitem afirmar, com pequena margem de incerteza, que a vida se originou primitivamente na água. Em virtude da sua abundância e grande dispersão, a água é, por vezes, considerada como um líquido inerte, destinado a preencher os espaços dos seres vivos e entre os inertes. Contudo, a água é uma das substâncias mais importantes que existem, por ser absolutamente indispensável aos seres vivos, altamente reactiva, com propriedades pouco frequentes que a diferenciam da maioria dos outros líquidos.
A água e os produtos da sua ionização, iões hidrogénio (H+) e oxidrilo (OH-), são factores imprescíndíveis na determinação da estrutura e das propriedades biológicas de todos os componentes celulares.
A água possui pontos de fusão, ebulição e calor de vaporização, e uma tensão superficial de maior valor que os outros líquidos que contêm hidrogénio nas moléculas (H2S e NH3) e que a maior parte dos líquidos correntes. A coesão interna entre as moléculas da água é relativamente elevada.
Pelo seu poder ionizante, a água é um bom dissolvente. Muitos sais dissolvem-se com facilidade na água, assim como substâncias não iónicas como os açúcares, alcoóis, aldeídos e cetonas.
A água encontra-se na natureza nos três estados, sólido, líquido e gasoso. A designação de água em sentido restrito reserva-se para o estado líquido, pois no estado sólido denomina-se granizo, neve ou gelo, e no estado gasoso vapor de água.
A água é um líquido inodoro, transparente e, quando observada em pequenas espessuras, incolor.
Sendo uma substância com comportamento específico diferente do de qualquer outro composto conhecido, é a partir das suas propriedades físicas que se definem as dos outros compostos. Assim, por exemplo, o seu ponto de ebulição tomou-se para 100 na escala centígrada e o seu ponto de congelação tomou-se para zero na mesma escala.
A sua densidade máxima verifica-se à temperatura de 4 oC e é-lhe atribuído o valor 1, ou seja, é tomada como unidade para determinação da densidade.
Para a água ser considerada potável, deve apresentar as seguintes características qualitativas: não ter sabor; não ter cheiro; não se alterar com o tempo nem deixar depósito. Deve apresentar também as seguintes características quantitativas: ter o pH entre 5,0 e 8,5; a concentração de nitratos não ultrapassar 1,5 mg/l; o teor de cloretos não ultrapassar os 150 mg/l; a matéria oxidante não apresentar uma concentração, expressa em oxigénio, superior a 2,0 mg/l; o resíduo seco não ultrapassar os 100 mg/l; não ter presentes bactérias patogénicas, nem nitratos e amoníaco. A presença de nitratos é indicadora de água inquinada.
Para fins industriais, a água, dependendo da sua utilização, deve obedecer a outras condições. O teor de carbonatos e sulfatos dissolvidos na água denomina-se dureza.
A água que contém em solução sais minerais em quantidade suficiente para lhe caracterizar o sabor denomina-se água mineral. Em geral, sai da nascente a temperatura superior à do ambiente (se a diferença for superior a 5 ou 6 oC denomina-se água termal). Em virtude do efeito terapêutico de algumas das substâncias dissolvidas designa-se, também, por água medicinal.
Simbologia
A tradição grega e também a maior parte das tradições do Mundo aceitam a existência de quatro elementos - ar, água, terra e fogo -, dos quais a água é o primeiro de um ciclo evolutivo da vida. Admitia-se ainda a existência de um quinto elemento, o éter, que tanto estaria ligado ao ar como ao fogo. Todos os elementos reagem uns com os outros e, por vezes, podem alterar a sua consistência e transformar-se num outro elemento. A água era um elemento associado ao temperamento linfático e resultava a partir do frio e do húmido, sendo graficamente representada por linhas ondulantes.
Os Vedas indianos, como grande parte das tradições da Ásia, referem-se à água como fonte de vida, força, fertilidade e pureza tanto para o corpo como para o espírito, ligada à origem da vida, dado que antes de tudo existiam as águas primordiais. A água corresponde ainda ao Yin e, segundo os alquimistas chineses, é o oposto do elemento fogo, a quem está também inevitavelmente ligada e no qual se transmuta.
Nas tradições judaica e cristã, a água é símbolo de mãe e primeira criação, está ligada aos oásis e à alegria da vida, da família, do casamento, do amor e da fertilidade. Purificadora, a água foi também escolhida pelo Espírito Santo como meio de transformação e de iniciação ao mundo divino. A água é ainda sinónimo de vida espiritual no episódio de Jesus no seu diálogo com a Samaritana.
Nas filosofias de iniciação maçónica, a água não era o primeiro mas sim o terceiro elemento, depois da terra e do ar, que significava a religião antes do quarto elemento, o fogo, que simbolizava a iniciação. A água era ainda sinónimo de emotividade e sensibilidade. Os sufis muçulmanos estabelecem outro tipo de ordem nos elementos, na qual a água ocupa o terceiro lugar, depois do ar e do fogo e antes da terra. A água é assim um estádio de evolução espiritual em que, após o ser humano se ter dado conta da existência da ilusão da vida (ar) e da sua recusa (fogo), chega a um ponto em que apreende a realidade divina primeiro através de uma imagem fluida e imprecisa (água), antes de se deparar com a realidade divina sólida (terra).
No Zodíaco, a água é o elemento ao qual pertencem os signos Caranguejo, Escorpião e Peixes. Jung considerava a água como um elemento passivo e feminino. Os chineses consideram haver cinco elementos: água, madeira, metal, terra e fogo. Segundo a filosofia chinesa, a água simboliza o que está em baixo, o Norte e o Inverno e corresponde ainda ao salgado, à gravidade, à chuva, ao milho amarelo, aos rins, à cor negra, ao sangue, à cólera e à nota musical Yu.
A 22 de Março, comemora-se o Dia Mundial da Água e a 1 de Outubro o Dia Nacional da Água.
A tradição grega e também a maior parte das tradições do Mundo aceitam a existência de quatro elementos - ar, água, terra e fogo -, dos quais a água é o primeiro de um ciclo evolutivo da vida. Admitia-se ainda a existência de um quinto elemento, o éter, que tanto estaria ligado ao ar como ao fogo. Todos os elementos reagem uns com os outros e, por vezes, podem alterar a sua consistência e transformar-se num outro elemento. A água era um elemento associado ao temperamento linfático e resultava a partir do frio e do húmido, sendo graficamente representada por linhas ondulantes.
Os Vedas indianos, como grande parte das tradições da Ásia, referem-se à água como fonte de vida, força, fertilidade e pureza tanto para o corpo como para o espírito, ligada à origem da vida, dado que antes de tudo existiam as águas primordiais. A água corresponde ainda ao Yin e, segundo os alquimistas chineses, é o oposto do elemento fogo, a quem está também inevitavelmente ligada e no qual se transmuta.
Nas tradições judaica e cristã, a água é símbolo de mãe e primeira criação, está ligada aos oásis e à alegria da vida, da família, do casamento, do amor e da fertilidade. Purificadora, a água foi também escolhida pelo Espírito Santo como meio de transformação e de iniciação ao mundo divino. A água é ainda sinónimo de vida espiritual no episódio de Jesus no seu diálogo com a Samaritana.
Nas filosofias de iniciação maçónica, a água não era o primeiro mas sim o terceiro elemento, depois da terra e do ar, que significava a religião antes do quarto elemento, o fogo, que simbolizava a iniciação. A água era ainda sinónimo de emotividade e sensibilidade. Os sufis muçulmanos estabelecem outro tipo de ordem nos elementos, na qual a água ocupa o terceiro lugar, depois do ar e do fogo e antes da terra. A água é assim um estádio de evolução espiritual em que, após o ser humano se ter dado conta da existência da ilusão da vida (ar) e da sua recusa (fogo), chega a um ponto em que apreende a realidade divina primeiro através de uma imagem fluida e imprecisa (água), antes de se deparar com a realidade divina sólida (terra).
No Zodíaco, a água é o elemento ao qual pertencem os signos Caranguejo, Escorpião e Peixes. Jung considerava a água como um elemento passivo e feminino. Os chineses consideram haver cinco elementos: água, madeira, metal, terra e fogo. Segundo a filosofia chinesa, a água simboliza o que está em baixo, o Norte e o Inverno e corresponde ainda ao salgado, à gravidade, à chuva, ao milho amarelo, aos rins, à cor negra, ao sangue, à cólera e à nota musical Yu.
A 22 de Março, comemora-se o Dia Mundial da Água e a 1 de Outubro o Dia Nacional da Água.
Referências do Documento:
- água. In Diciopédia 2010 [DVD-ROM]. Porto : Porto Editora, 2009. ISBN: 978-972-0-65265-2
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