A necessidade de reduzir a quantidade de resíduos criada pelas sociedades
urbanas, assim como de diminuir a quantidade de matérias- primas (metais,
madeira, etc.) mobilizada para a produção industrial, conduziu a uma
valorização dos processos de reciclagem e de reutilização de vários tipos de
materiais que, até aqui, se acumulavam como lixos urbanos. No entanto, para que
este aproveitamento se possa realizar, é necessário que ocorra uma triagem dos diferentes
tipos de resíduos e desperdícios, de modo a que se possa promover a sua
valorização. O ecocentro é a estrutura onde se iniciam os processos de
reaproveitamento destes materiais, sendo um local, devidamente planeado e
sinalizado, onde existem vários tipos de contentores, de grandes dimensões, nos
quais se realiza a deposição e recolha selectiva dos vários tipos de lixos
urbanos susceptíveis de serem sujeitos a processos de reciclagem, reutilização
e valorização.
O ecocentro é um local aberto às populações, onde estas podem depositar vários
tipos de resíduos sólidos, separando-os de acordo com a sua composição, em
diferentes contentores. Os materiais susceptíveis de serem depositados nos
ecocentros dividem-se em 10 categorias principais, podendo existir, localmente,
algumas variações, de acordo com as necessidades:
- Papel e derivados: papel, cartão, revistas, jornais, livros, sacas de papel, etc..
- Plásticos: sacos de plástico, baldes, garrafas, embalagens, etc.
- Electrodomésticos: electrodomésticos velhos ou avariados (fogões, frigoríficos, etc.)
- Vidro: garrafas e embalagens de vidro.
- Metal: latas, embalagens, sucata de lata, alumínio, etc.
- Madeira: palhetes, móveis, contraplacados, soalhos, etc.
- Pilhas e baterias
- Óleos: hidráulicos, lubrificantes, etc.
- Resíduos verdes: matéria vegetal (ramos, aparas de jardim, etc.)
- Entulho: pequenas quantidades de entulho (regra geral, menos de 15m3)
A separação correcta dos resíduos é o passo inicial (e fundamental) para que se
possa proceder à sua reutilização, sendo encaminhado posteriormente para
diferentes tipos de processamento e tratamento (papel para as indústrias de
celulose; metal para as fundições, etc.). No entanto, para além do que já foi
mencionado, é também necessário haver alguns cuidados com a separação, já que a
contaminação de alguns materiais com resíduos de outro tipo (cola, gordura,
restos alimentares, etc.) torna a reciclagem dos materiais seleccionados muito
difícil ou impossível. Exemplo de materiais que não devem ser depositados nos
ecocentros: autocolantes, embalagens de leite e sumos, guardanapos, lâmpadas,
espelhos, cerâmicas, seringas, borrachas, madeira podre ou impregnada com
óleos. Sempre que não seja possível uma separação efectiva das diferentes
categorias de lixos, estes materiais não devem ser encaminhados para
reciclagem, isto é, depositados no ecocentro.
Dada a área ocupada por um ecocentro é, muitas vezes, impossível a sua
instalação no centro das grandes cidades, localizando-se preferencialmente em
áreas ligeiramente mais afastadas dos centros urbanos. Por forma a que este
facto não se constitua como um factor dissuasor dos hábitos de reciclagem das
populações, a acção dos ecocentros é complementada pelos Ecopontos - pequenos
contentores, espalhados pelas cidades e outras localidades, que se destinam à
recolha selectiva do lixo produzido pelas populações locais. Existem vários
tipos, como é o caso dos papelões (recolha de papel), vidrões (vidro) e
pilhómetros (pilhas), entre outros.
Os ecocentros são elementos essenciais para a preservação do ambiente,
permitindo a reciclagem e recuperação de materiais que, de outro modo, seriam
desperdiçados, poupando-se assim matérias- primas e diminuindo a quantidade e
impacto dos lixos urbanos no meio natural.
Referências do Documento:
- ecocentro. In Diciopédia 2010 [DVD-ROM]. Porto : Porto Editora, 2009. ISBN: 978-972-0-65265-2
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