Para produzir os nossos alimentos são necessárias grandes quantidades de água. Por exemplo, para o crescimento de 77 gramas de brócolos são precisos 42 litros de água, produzir 250 mililitros de leite consome 182 litros de água, 28 gramas de queijo consomem 212 litros de água e um ovo 238 litros. Nem sempre a qualidade e a quantidade da água a fornecer estão garantidas.
Calcula-se que na Terra existem 1380x1015 metros cúbicos de água, o que equivale a ocupar o volume de uma esfera de 1380 quilómetros de diâmetro. A sua distribuição está assim calculada: oceanos - 96,6%; continentes - 3,34%; atmosfera - 0,013%.
A quantidade de água salgada, existente nos mares e oceanos, é cerca de trinta vezes maior que a quantidade de água doce, existente nos continentes e na atmosfera.
A água dos continentes concentra-se quase totalmente nas calotes polares, nos glaciares e subsolo, distribuindo-se a quantidade restante, muito pequena, por rios, lagos, pântanos, zona superficial do solo e biosfera.
A água do subsolo corresponde a cerca de metade da água doce dos continentes, encontrando-se na sua maior parte a profundidades superiores a 800 metros. A biosfera contém cerca de 1/40 000 da água dos continentes.
A água perdida pelos oceanos por evaporação excede a que é recebida por precipitação. A diferença é compensada pela água que lhe chega dos continentes por escoamento.
A precipitação anual sobre os continentes é, em média, de cerca de 800 milímetros. Reparte-se pela evapotranspiração (cerca de 485 milímetros) e pelo escoamento (cerca de 315 milímetros).
A água que circula no ciclo hidrológico pode ser aproveitada pelos humanos, e por isso constitui um bem - recursos hídricos - cujo carácter renovável é consequência de o ciclo da água ser fechado.
Os recursos hídricos classificam-se em potenciais e disponíveis. Os recursos potenciais correspondem à quantidade máxima de água que pode ser captada no seu ciclo. Os recursos disponíveis são inferiores aos potenciais, pois a água, no seu ciclo, nem sempre se apresenta em forma de poder ser aproveitada. Tem ainda de se ter em conta o desajustamento existente entre a qualidade natural da água e a qualidade exigida pela sua utilização. Por outro lado, nem sempre as zonas com maior necessidade de água coincidem com as mais ricas em recursos hídricos.
Os recursos hídricos potenciais podem tornar-se disponíveis na medida em que os humanos intervêm no ciclo da água construindo instalações que permitem captar água e transferi-la no tempo (albufeiras artificiais que se enchem na época da chuva e permitem a utilização da água na estação seca) e melhorar a sua qualidade.
Embora a água seja um recurso renovável, as quantidades disponíveis têm diminuído. Quando a população cresce, o fornecimento de água por pessoa diminui. O crescimento da população mundial a partir de 1970 reduziu a capacidade de fornecimento de água a 1/3 per capita. Também a poluição limita a quantidade de água utilizável. Internacionalmente, o futuro da água no mundo mostra-se muito complexo. A sua utilização é cada vez maior no sector doméstico, na agricultura e na indústria. O seu consumo por países industrializados é preocupante. A poluição dos aquíferos é demasiado significativa e atinge grandes extensões. Um aquífero, uma vez contaminado, é muito difícil de limpar, e quando isso é possível obriga a custos muito elevados.
As águas subterrâneas são, actualmente, em todos os países industrializados, submetidas a um consumo intensivo que leva a prever o seu esgotamento num futuro que pode não ser muito longínquo. Em alguns países, já é preciso, sabendo-se que a depuração das águas de superfície e o tratamento das águas utilizadas não são suficientes para as necessidades, recorrer à dessalinização das águas do mar.
Referências do Documento:
- recursos hídricos. In Diciopédia 2010 [DVD-ROM]. Porto : Porto Editora, 2009. ISBN: 978-972-0-65265-2
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